segunda-feira, 4 de junho de 2012

“Cine Capoeira” apresenta hoje o filme “Madame Satã

O projeto de extensão “Quilombo Angola – Capoeira Antiga de Angola” exibe hoje, a partir das 18h30, no Cineclube Coxiponês, que fica no Centro Cultural da UFMT, o filme Madame Satã, de Karin Ainouz. A apresentação faz parte do “Cine Capoeira”, ação do Projeto de Extensão, em que toda primeira segunda-feira do mês traz para a comunidade uma obra do cinema nacional.
Com essa iniciativa, o projeto trata das transformações da identidade afro-brasileira nas instituições de ensino e pesquisa brasileira. Por meio de difusão e registro audiovisual pode-se problematizar as direções do movimento da cultura popular em sua história e a conexão com os fluxos globais contemporâneos.

O filme “Madame Satã (2002)”, dirigido por Karin Ainouz, retrata a vida da cultura marginal urbana do século XX, dentro desta a capoeira, a boemia e sobrevivência na cidade. Após a exibição do filme, o projeto realizará uma roda de capoeira no espaço de treino sob o comando do professor Everton Medeiros, com a presença de alunos e convidados.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Berimbaus


Abril de 2010
foto: Mila Vilá

domingo, 6 de maio de 2012

Extensão em capoeira angola apresenta filme Barravento de Glauber Rocha


O projeto de extensão Quilombo Angola – capoeira antiga de angola apresentará nesta segunda-feira, dia 7, a partir das 18h, no Cineclube Coxiponés, o filme Barravento, de Glauber Rocha. Barravento é o primeiro longa-metragem dirigido por Glauber Rocha, em 1962. A história acompanha um negro educado que volta à aldeiazinha de pescadores em que foi criado para tentar livrar o povo do domínio da religião. Após o filme, será realizada uma grande roda de confraternização.

O filme conta com a participação e música de Washington Bruno da Silva, conhecido como mestre Canjiquinha, um dos maiores capoeiristas da Bahia e um grande colaborador e preservador desta arte. Mestre Canjiquinha nasceu em 25 de setembro de 1925, no Maciel de baixo, número 6, Pelourinho, Salvador, Bahia. Faleceu em 8 de novembro de 1994, aos 69 anos.

Canjiquinha, que ganhou este apelido por gostar de um sucesso da cantora Carmem Miranda, o samba "Canjiquinha quente", começou a jogar capoeira aos 10 anos de idade com o mestre Raimundo Aberrê. Era apaixonado pelo samba, batuque, folclore, Maculêlê, além de ser um exímio tocador de berimbau e cantor. Atuou nos filmes como Capitães de Areia, Barravento, Senhor dos Navegantes, Terra em Transe e o Pagador de Promessas.


Cine Capoeira - Durante todo este ano, o projeto de extensão Quilombo Angola apresentará toda primeira segunda-feira de cada mês um filme ou documentário que conta a história da capoeira e de seus principais mestres.

Quilombo Angola recebe visita de Mestre Bidu


O Projeto de extensão Capoeira Antiga de Angola – Quilombo Angola - recebeu ontem, 05 de maio, no Centro Cultural da UFMT, a visita de Alvino Souza Santos, o mestre Bidu, de 68 anos.  Mestre Bidu aproveitou a ocasião para contar para os alunos da extensão sua vivência no universo da capoeira, a importância de conhecer e valorizar essa cultura, assim como os seus fundamentos e, sobre a organização do Fórum Pro Capoeira – Política e Salvaguarda da Capoeira no Estado de Mato Grosso, reunião que acontecerá no próximo dia 12, na sede do IPHAN Mato Grosso e terá a participação de todos os grupos de capoeira de Cuiabá.

Para o mestre, esse é o momento da capoeira se reforçar e se organizar como cultura, como resistência, e valorizar sua história, sua raiz e seus fundamentos. “A capoeira pra mim não é luta, não é dança. Pra mim, a capoeira é arte. Antigamente para você ser mestre dependia de vivência, de conhecer todo o universo da cultura africana, todos os fundamentos dessa arte. Hoje isto tem se perdido um pouco. As academias tem se preocupado apenas com o lutar capoeira e tem deixado de lado seus fundamentos, sua história, sua cosmovisão da cultura africana”, afirma o mestre.

Mestre Bidu lembra que na época que ele era aluno, nas academias de capoeira se ensinava a história da capoeira, os professores levavam livros, fotografias e filmes para mostrar para os alunos e o aluno sabia, além de jogar, todos os toques do berimbau, do atabaque e dos outros instrumentos da roda. “Você pegava aquele aluno tímido e de um momento para outro, ele estava cantando, batendo palmas. Quando a gente menos esperava, ele já estava pulando, jogando, no ritmo da música”.

Sobre o Fórum Pro Capoeira, a opinião do Mestre Bidu é que os grupos devem se organizar da melhor maneira possível e deixar de lado as diferenças para fazerem um trabalho coletivo em benefício da capoeira. “Temos que exigir um representante nosso na Secretaria da Cultura para que quando os nossos projetos forem pra lá termos a possibilidade de eles serem bem julgados e avaliados. Vamos deixar o eu de lado e ser o nós. Quando virarmos nós seremos um Quilombo dos Palmares”, completa.


Associação Roda Viva – Mestre Bidu lembrou de histórias da capoeira da década de 80, quando mestre Olavo comandava em Cuiabá, em sua primeira passagem pela cidade, a Associação Roda Viva. Na época, Bidu era aluno de Mestre Heron, mas também frequentava a Asssociação Roda Viva. “A academia era na casa dele. Ele morava no fundo e a academia era na frente. Lá ele tinha todo material de musculação também, o treino era puxado e lá se ensinava os fundamentos da capoeira”.
Sobre esses fundamentos, Bidu conta que na academia de Mestre Olavo tinha aulas de afoxé, de maculêlê e todo aluno que passava por lá tinha que saber tocar os instrumentos da roda e cantar. “A academia dele (mestre Olavo) era de fundamentos, de simplicidade. Todo aluno do mestre Olavo sabia tocar o instrumento. Tinha que saber tocar o agogô, o atabaque, o berimbau e o pandeiro. Dalí não saíram só capoeiristas não. Dali saíram grandes percussionistas, como Josué”, declara.

Nas palavras do mestre Bidu, além de tocar e cantar, mestre Olavo formava o angoleiro completo, aquele que também na hora do jogo sabia atacar e se defender. “Mestre Olavo não era um acrobata, ele era preciso. Ele estava jogando aí ele falava pra gente: - cuidado. Aí quando a gente menos esperava ele pegava a gente. A primeira vez que ele foi pra Bahia, muitos alunos daqui o acompanharam”.

Sobre os ensinamentos que recebeu de mestre Olavo e que carrega durante toda sua vida, Bidu conta que o principal foi ser humildade e estar sempre atento. “Mestre Olavo nunca incentivava a violência. Para ele, o capoeirista tem que ser humilde como uma criança. Estar sempre atento com os olhos abertos, observando tudo. Porque ele não sabe o momento da bonança e da tempestade. Isso ele ensinava a nós”.

Para finalizar Mestre Bidu agradeceu a oportunidade de falar para jovens capoeristas e disse que está feliz por ver um trabalho do Mestre Olavo em Cuiabá ter continuação. “Vocês devem aproveitar e valorizar isto daqui. Vocês têm um grande mestre e isso não pode se perder. O mestre Olavo não pensa na ponta do pé, ele não enxerga o umbigo, ele pensa lá na frente. Ele é um verdadeiro mestre, um mestre que abraça a causa, que veste a camisa. Eu não tenho o mestre Olavo só como mestre, ele é um paizão”.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cine Capoeira



O núcleo de capoeira angola  Quilombo Angola convida toda comunidade cuiabana para o Cine Capoeira. A seção acontece gratuitamente nesta segunda (09-04) as 18 horas no auditório do centro cultual da            Universidade Federal do Mato Grosso ( UFMT ) com o filme Besouro (2009). 

O projeto integra o ciclo de intervenções e debates do projeto de extensão da coordenação de cultura da instituição. Visa para além da prática do jogo, um movimento de construção do imaginário e da identidade afro-brasileira nos espaços públicos.



O objetivo  é difundir através de diversas formas de linguagens conhecimentos e conceitos que permeiam o universo da capoeira angola. Para isso os filmes Barra Vento de Glauber Rocha e Pastinha - Uma vida para Capoeira de Antonio Carlos Muricy  junto aos afro-sambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes compõe o quadro de exibição e debates do evento. Uma tentativa de aproximar  a comunidade ao conhecimento da arte  decretada como patrimônio cultural brasileiro.


Ladainhas, berimbaus e jogos  de roda, o conhecimento da capoeira antiga de angola trazidas pelo mestre Olavo, linhagem de mestre Zé de Freitas (SP) e mestre Caiçara (BA) acontecem as segundas, quartas e sextas as 18 horas no centro cultural da UFMT por meio do professor Éverton Medeiros, já que atualmente mestre Olavo reside no Vale do Capão, Chapada Diamantina, Bahia.  

Esta iniciativa compõe o tripé de ensino, pesquisa e extensão que contempla seminários, intercâmbio, viagens de campo e produção de material audiovisual e  científico sobre a cultura afro-brasileira nas universidades. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Angoleiros

Na foto, mestre Olavo, os berimbaus e as histórias da Angola.

Foto e Texto: Victor Vieira
Ladainha: Mestre Olavo

"Menino preste atenção,
ao que seu mestre lhe ensina.
Cada um tem seu destino,
cumprindo a minha sina...

Maior é Deus.
Quem me criou."



A capoeira antiga de angola, mandinga mãe, tem a ensinar as tradições para esta gente daqui. Música e arte como expansão do eu. Dança da liberdade e do conhecimento de Salomão. A raiz da construção da história brasileira. Berimbau está me chamando, me chamando para jogar. Já peguei o atabaque, o agogô e o ganzá. Capoeira começou, não tem hora pra acabar.



Por motivos de procura reformulamos os horários de treino da capoeira angola.


Onde? Centro Cultural da Universidade Federal do Mato Grosso.
Quando? 2ªs, 4ªs e 6ªs- A partir das 17:30 com giro de turmas até as 22:00


Se aprocheguem!


AXÉ!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Relatando


foto e texto: Victor Vieira



A ternura na construção coletiva. A pratica constante e serena da humildade. Nos pensamentos e ações. É o fluir da vida, o girar da roda, sua necessidade de resistência, de expansão da consciência.

O homem aliado ao tambor pulsa cadências de vida.A capoeira antiga de angola, filosofia, é a sintonia entre as manifestações de santo de mandinga, do equilibrio voraz , da força em sua expressão, arte. Sintonia entre corpo, mente e espírito.

A união dos amigos pela música conseguiu fortalecer teias entre a comunidade e o tambor. Estas linhas que se cruzam fortaleceram a primeira oficina que instrumentalizou novos batuqueiros a percorrerem sua sina a zuarem os tambores pelas ruas quentes de Cuiabá.

Nas voltas que o mundo deu, construi-se uma familia, um lugar onde todos falam uma só lingua. Os processos se aliaram em respeito aos mestres e aos orixás. O grupo de percussão Batuquenaua agradece a participação de todos que suaram a camisa e sentiram a preseça de nego véio nos baques virados.

A caminhada é constante rumo as terras distantes. Sina de batuqueiro. De angoleiro. De capoeira. Nas voltas que o mundo dá, a gente há de se esbarra, você com um pouquinho d'eu. E eu um pouquinho do mundo.Maior é Deus. Quem me criou, camará.



Agradecimentos ainda, ao nucleo de capoeira antiga de angola; Quilombo Angola, Mestre Olavo, grupo Batuquenauá, ao Deus Sol e toda comunidade cuiabana.



AXÉ!


Mais informações, fotos e vídeos da oficina : www.batuquenaua.blogspot.com(Em breve)